O Universo colocou-me aqui para observá-lo
Fazer de mim um observador do Universo
Procuro cumprir a minha tarefa com esmero
Observo-o de todas as maneiras das que não
Posso observar imagino-o imagino o Universo
Desde o aquém até o além mesmo depois do
Além bem antes do aquém hoje por exemplo
Vi uma aranha preta numa parede falei
Não te distraias fiques alerta ou
Um pássaro esperto te arrebata mal acabei de
Falar um bem-te-vi ligeiro bicou-a
Num piscar de olhos engoliu-a pousado num
Galho duma palmeira velha é assim que sigo
Esta minha vida de narrador das coisas que o
Universo faz são coisas vastas infinitas
Mas também são coisas simples insignificantes
Todas com suas determinadas colocações
No caso da história daquela aranha preta
Na parede estava determinada a
Ficar ali para servir de alimento a um
Bem-te-vi fez parte do elo da cadeia
De forças que fazem o Universo girar cumpriu
A sua função bem como o bem-te-vi cumpriu
A dele tento cumprir a minha
Nestas mal escritas linhas fico a dever à
Aranha vim bem-te-vi venci ao Universo por
Não ter a perfeição do escrever não fazer
Um relato à altura do fato de tão grande
Imensidão de tão vasta dimensão foi
Como se fosse uma galáxia a engolir
Outra galáxia buracos-negros a engolir
Sóis ou átomos a ser partidos em aceleradores
De partículas fusões nucleares o Universo determina
A cada um o seu papel o meu papel
É este escolher letras pelo Universo for
Juntar palavras em locais mais obscuros
Formar frases casadas com sentenças
Faço este poema livre mas com registro
Com certidão de nascimento o espírito
É o pai a alma é a mãe a poesia é a
Irmã que completa esta família universal
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