Muitas vezes ferido pelas cicatrizes das feridas
Muitas vezes machucado pelas tatuagens na carne
Muitas vezes marcado pelos hematomas na pele
Aqui tens o meu prontuário escrito na negra pele
De papiro que traz as histórias verdadeiras nos
Pergaminhos, nos hematomas no sangue pisado
Nas marcas das pancadas tintas pré-históricas
Das paredes das cavernas minhas fraturas
Expostas com todas as conjecturas ser
Desvendadas no mistério de quem nasceu
Primeiro a sabedoria ou a filosofia?
Enquanto meus olhos fecham indago
Aos mortos nos entulhos coloniais
Quando virá a modernidade?
Quando olharemos nos espelhos
Nossas imagens continuarão estampadas lá?
Enquanto dormimos velhos continentes
Mudam de lugar águas bebem almas em
Profundezas azuis caídas do fundo do céu
Mergulhamos no espaço de voos de cruzeiros
Nos encontramos em abissais crateras
Marítimas muitas vezes sonhamos pesadelos
Dos quais não nos acordamos perdidos
Sondamos o infinito à procura de tudo que
Perdemos em vão de tudo que não soubemos
Aproveitar as oportunidades ao sumir do
Espelho a imagem que nos representa
Choramos de dor sentimos frio fome
Sede pedimos imploramos agasalhos
Satisfação felicidade o ar acabou
Não respiramos mais a luz desintegrou-se
O que nos resta é a escuridão
Que paira sobre nós pesa toneladas
A esmagar nossas cabeças como se
Fossemos serpentes pisadas por calejados
Calcanhares assim caminhamos
Queremos chegar bater à uma
Porta estender uma mão ouvir
O gemido dum coração
É hora de dividir o pão
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