Se espirrasse uma letra que me tirasse da sarjeta
Uma palavra que me determinasse o veio da
Lavra de todos os metais nobres uma sentença
Que me inspirasse não me deixaria esnobe na
Composição do período da perfeição a oração
Que agradasse aos deuses se a poesia teimasse
Em não mais abandonar o meu coração todo
Poema que viesse à luz de mim fosse como o
Lírio do vale que nem Salomão com seu poder
Foi capaz de se vestir igual se dentro do meu
Ser fosse lugar de muitas moradas cada uma
Com um ente mais encantado evoluído do que
O outro meu espírito lar de todos os espíritos
Harmoniosos conhecedores de todos os segredos
Da sabedora se galgasse deste mundo subterrâneo
Onde habito saísse destas trevas para um sol
Mesmo que fosse um sol artificial mas que sou
O que pudesse enxergar como um visionário
Se pudesse mudar a minha mentalidade
Esquizofrênica parasse de sofrer este
Martírio mental não mais incorporasse
Em mim os espíritos sofredores de Arthur
Bispo do Rosário ou de Lucas Ivanovitch
Furtado Medina se curasse dentro da
Minh'alma estes sanatórios estes hospícios
Estes manicômios com as almas de todos
Os Lourenço dos Santos de todos os
Loucos esquecidos pelos santos tão loucos
Quantos esses loucos suas loucuras
Se o único título de doutor que tivesse
Fosse o de poeta mesmo sem ser reconhecido
Pelas academias por seus acadêmicos
Que a única coisa que fizesse fosse a
Coisa que ninguém mais faz pensar pensar
De manhã de tarde de noite que todo o
Meu pensamento fosse o fruto da ciência do
Bem do mal que pudesse ser comido
Pelo mau pelo bom que remorso
Algum sobrevivesse nos corações dos que
Provassem dos meus frutos que todos
Estivessem além desses sentimentos
Mesquinhos humanos comuns indiferentes
Se me desnudasse diante da humanidade
Tudo que tivesse entre mim me fosse
O nada que avançasse para adiante da
Mesma maneira que nasci amarrasse nas
Estrelas meus balanços meus balões minha
Rede de dormir sonho se tivesse algum
Só o de ouvir as canções compostas pelos ventos
Com os embalos que levam aos meus
Ouvidos a fazer com que arrulhos de pombos me
Causem arrepios pela insignificância que represento
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