sábado, 11 de janeiro de 2014

José Ignácio Pereira, O POETA DO CÉU AZUL, MOINHO.

Em mim se move a pedra e mói o grão,
Quando a água vem a mim numa corrente,
Fazendo-me cantar de tão contente,
Por ver no trigo a dádiva do pão.

Humilde sei que sou. Minha missão
É transformar a rútila semente
Para que seja a bênção permanente
Na boca que se abre em gratidão.

Sou templo de farinha. Sou moinho,
Ela se junta ao sal, ao mel, ao vinho,
Faz-se o poema branco da virtude.

Vem um dia me ver. Você, decerto,
Nem se lembra de mim, tão longe e perto.
Come o teu pão. Fiz o melhor que pude.

Nenhum comentário:

Postar um comentário