Aí ai de mim malgrado meu oh céus do meu torrão
Que refletem as estrelas os astros a Lua de dia o Sol
Que dirige o nosso destino continua mesmo depois
Que nós partimos aí ai de mim malgrado meu que
Valho Mais do que o Sol? que valho mais do que a
Lua? noite dia aurora chegada das sombras
Vespertinas? não valho nada passo as coisas ficam
Aí para desespero meu meu consolo é que ficarei
Na minha crônica esquizofrênica no meu medo
Covardia ficarei no meu vazio literário no vácuo
Da minha solidão na inexistência do meu ser minha
Pobreza de espírito minh'alma fria ficarei nos meus
Restos que não serão aproveitados pelos vermes
Que nos roem na eternidade se por acaso for
Cremado aí então é que não será aproveitado
Mesmo nada daquilo que não era que não fui que
Não sou na mentira na falsidade na falta com a
Verdade com a realidade a certeza sem dúvida a
Hipocrisia a deflagração da degradação moral da
Decomposição espiritual do fim terreal não escrevo
Como um Prêmio Nobel de Literatura não escrevo
Como um renomado literato um gramático phd
Que fala com os mortos recebe mensagens do além
Conversa com parentes falecidos ets desconhecidos
De discos voadores de fora do Sistema Solar não tenho a
Tecnologia nem o modernismo não tenho o desenvolvimento
Nem o progresso antiquado fora de moda nada espero
Que venha acontecer em mim uma única
Qualidade que venha me livrar da mediocridade
Que venha me livrar da falta de competência
Perspectiva ambição em superar os percalços
Encontrados ao longo dos caminhos suicidas surgidos
Escrevo como um maldito perdido na multidão
Um anônimo desprezado, ignorado desconhecido
Onde falta inteligência, onda falta a menor percepçã
De raciocínio e razão onde falta tudo só culpo
A mim mesmo à minha preguiça ao meu desânimo
À minha falta de luminosidade não tenho luz
Própria não tenho claridade nem tenho
Clarividência só obscuridade trevas e
Sombras penumbras escuridão noites eternas
Nada sei posso fazer para melhorar até para
Morrer, sei que será difícil para mim pois a
Minha preparação é infrutífera a minha
Solução não será encontrada não
Trarei no coração as respostas para a minha
Sede não trarei dentro de mim o que poderia
Dizer para proveito salvação da espécie
Escrevo como um cantor de rock pesado
Vocifera sua música seus gritos seus uivos ao
Microfone ao som das guitarras tenebrosas distorcidas
Como um paciente em camisa de força que
De vez em quando se lança com a cabeça
Contra a parede até deixá-la manchada de
Sangue depressivo louco maníaco vermelho
O urso ferido faminto caído na armadilha o
Lobo da estepe que não pode ver a lua cheia
Pois nasceu cego não pode uivar pois não
Tem a garganta não tem boca não tem nem
Pele de lobo selvagem o lobisomem da noite
Pele de lobo selvagem o lobisomem da noite
A espreitar na encruzilhada a hora incerta
Pois nunca ataca na hora certa nunca
Aparece na hora esperada quando estamos
Com balas de prata estacas de madeiras cruzes
Para vampiros todas as minhas descobertas
Não são novas todas as minhas pérolas não
São raras todas as minhas obras não são
Primas todas as minhas artes não são
Clássicas em belas deixo que os mortos
Falem por mim deixo que os espíritos me
Amparem deixo que os deuses me guiem
Pelo monte do Olimpo
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