Vou dormir barata acordar gente
Depois dum longo pesadelo deprimente
Acordar homem ser humano acordar
Vivo desperto liberto livre em liberdade
Pronto para exercer para fazer para acontecer
Entender pronto para compreender as teorias
As teses os mestrados princípios
Não cobrarei mais de mim evolução
Não cobrarei mais o fim dos complexos
Fim dos medos das covardias
Não cobrarei mais revolução solução
Transformação reforma mudança
Acordarei sou outro já mudado sou
Já transposto a outro plano a
Outro organismo que até pensarei
Que estarei vivo que a morte é
Apenas um detalhe que não me pegou
Desprevenido um mero descuidado
Que já estava alerta despido
Pronto preparado não fui apanhado
Fui na hora no momento certos
Sentir um ufanismo de mim sentir
Frenesi revolver minhas carnes
Um calafrio na minha pele
Com uma erupção dos meus pelos
Penso que não devo me
Regozijar assim parece pieguice
Parece fruto simplório que envergonha
A mesquinhez é maior não diminui
O obstáculo cresce a treva aumenta
A penumbra vira precipício vira abismo
Não há fuga de luz pelos wormholes
Os buracos de minhocas espaciais
Os atalhos por onde as almas desviam-se
Do fogo das profundezas dos infernos
Os espíritos inteligentes não querem
Ficar perdidos no limbo nem
A perambular pelas Vias-Lácteas
Outras vias a trilhões de anos-luz
O que é até relativamente perto
A considerar-se a imensidão do infinito
O tamanho a emoção despendida
Chega de peso nas entranhas
Agonia angústia terminais
Fatais letais que destroem
Em segundos o mais equilibrado
Dos mundos dos extremos das
Extremidades dos polos dos pontos
Depois de toda essa volta cheguei
À estaca zero para dizer que se
Soubesse escrever algo que
Emocionasse-me que fosse emocionante
Tal um artista gênio das letras
Mestre das palavras rei das frases
Um papa dos versos das estrofes
O vernáculo teria mais enriquecimento
A verborrágica teria mais tesouros
Os vocábulos mais valores preciosos
Porém estou determinado a ser este
Mendigo repleto de andrajos coberto
De chagas com uma pedra por cima
Da inteligência não é uma pedra
Filosofal não é uma pedra fundamental
É uma pedra tumular brutal rústica fóssil
Pré-histórica feita de lava de vulcão
Por cima da pedra fezes muitas fezes
Onde para remover a pedra sepulcral
Terei que meter a mão mas não
Importa vou meter a mão na bosta é
Necessário que remova as fezes
Para tirar a pedra libertar do
Peso da consciência para limpar
Terei que sujar sangrar aí então
Deixar badalar a química pura
Deixar escapar os raios de energia
Ressurgir das cinzas desta elegia
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