A minha tristeza maior é que
Um dia essa chuva acabará
Tenho certeza que acabarei
Não mais olharei para a chuva
Nem a chuva olhará mais para mim
Onde estiver ou para aonde for
Só lembrarei a chuva quando chorar
De saudade ao olhar para as gotas
Das minhas lágrimas que descerão
Pelo meu rosto tal qual agora
A chuva desce da tarde
A chuva não passa
Nem pode passar
Tem que ser secular
Mesmo quando traz imensos danos
O chão de terra do planeta
Precisa da chuva
Só dos homens é que nada
Precisa porque somos inúteis
Fúteis imprestáveis o que pensamos
Que sabemos na verdade nem nós
Sabemos o que pensamos que sabemos
Nem sequer pensamos pois não
Temos a dimensão da chuva não
Temos densidade somos só dependentes
Carregamos a vergonha de que tudo
No universo independe de nós a
Nossa sorte é que o sistema solar é
Caridoso bondoso conosco a natureza
Nos dá tudo nós para quem nos damos?
Somos bons? a quem nós fazemos o bem?
Envergonha-te homem arrependa-te
Enquanto há tempo cresça de dentro
Para fora não te mostres ao olhar do mundo
Mostres ao mundo a direção do teu olhar
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