Nascuntur poetae fiunt oratores os poetas nascem
Os oradores se fazem é por isto que só existo na
Poesia que escrevo só escrevo na poesia que existo
Pois como diziam Linneu ou Leibnitz natura non facit
Saltus a natureza não dá saltos como nesta máxima
Atribuída aos dois também não ponho os pés diante das
Mãos muito menos a carroça diante dos burros
Detesto procurar o que exprime ideia de aumento
Faço do início de ação sem enovelar evito
Enevoar a mente a visão o raciocínio deixo
Tudo claro na minha posição interna no
Meu estatuto superior curo a elipse com emplastro
No meu encéfalo a ebriedade é só em nome
Da paz do amor apesar do dano causado sinto
Que às vezes deixo-me levar pela embriaguez
Da paixão o prazer do alcoolismo a busca
Da satisfação carnal sonho como um ebrirridente
Que ri ao estar embriagado chora quando
Está sóbrio nada quero do alheio pois é feio
Não carrega a utilidade do usado para tornar
Verbos frequentativos que vieram com os primeiros
Navios a ondear a voltear ao largo a fundear à costa
Com seus verbos derivados de substantivos ou adjetivos
Quero assear a literatura fazer deste asseio uma
Ligadura para enfrear a ignorância por um
Freio no ignorante que pretende afear o belo
Tornar feio o poema gerado pela ebanácea espécime
Das Ebanáceas família de plantas de propriedades
Semelhantes às das Sapotáceas que têm por tipo o ébano
O pau ebanáceo da cor do ebâneo donde
O entalhador marceneiro ebanista criou belas
Peças sem saber que estava a pôr fim
A uma parte da natureza tal qual o
Eborário que trabalha em marfim também
Colaborou para a extinção de grandes mamíferos
Vem de Évora Portugal o natural eborense que
De aquém mares se lança para além mares
A buscar outra forma vidente deu no
Ebóreo d'África deu no ebúrneo
Usou este sufixo que exprime ideia assim
Diminutiva na grandeza dum casebre
Na ida dum ebrividente atrás da tempestade
Que faz ferver o sangue na veia ebulir o pensamento
No cérebro a causar écbase a digressão no discurso o
Ecfonema do medo a elevação súbita da voz com
Exclamações e frases incompletas por efeito de
Paixão ou fato surpreendente ou à covardia
Mais maléfica que o ecidiósporo espório que se
Forma no ecídio uma das formas de frutificação
Das Uredíneas fecho este echo deste folhecho sem
Depreciação a écfora saliência de qualquer
Peça arquitetônica é só um pequeno aperitivo é
Só um ínfimo ecfrático que não matarão a
Fome de então pois sei que estas letras
Não me imortalizarão mas também
Sei que imortalizarei estas letras é nesta
Matéria através do ebuliômetro através
Do ebulioscópio aparelho que serve que
Permite determinar a massa molecular
Duma substância pelo método da ebulioscopia
Determinação da influência duma substância
Dissolvida sobre a temperatura de ebulição
Dum dissolvente processo físico que determina
O peso molecular duma substância pela observação
Do ponto de ebulição dum dissolvedor
Adequado para desobstruir as veias entupidas
Do meu coração que com a ignorância
Entra em eburnação em transformação
Sofrida por um osso em consequência da
Qual se apresenta mais duro
Compacto de superfície brilhante a lembrar
O marfim o endurecimento das partes
Moles dos vegetais meu coração é um osso
De vegetal fossilizado seria necessário um que indica movimento
Para fora separação para livrar meu coração
Da morte densa eterna livrar meu coração
De mim não sei ser eclético em relação ao
Me coração nem sei aproveitar o que há de melhor
Nele se pudesse tivesse um dom firmo
Que numa écloga curaria a eczema cardíaca
O eclipse que causa o meu obscurecimento
Intelectual moral que aumenta a crise
Com o meu desaparecimento a minha ausência
Quero o êxtase da felicidade para provocar
Em mim o êxodo da maldade o exorcismo
Dos demônio que me tentam levar à perdição
Ao anoitecer sei que chorarei no amanhecer
Se ainda estiver vivo neste que ao unir-se
A substantivos ou adjetivos formam verbos com um
Sentido incoativo ou de começo de ação da ecdótica
A arte de editar no alvorecer da arte chorarei
Também de tristeza infinita sou um pau
Torto que não tem mais jeito sou um
Aleijado que teve o braço decepado não
Tem mais gesto difuso oriundo do ínfimo
Letal nocivo ao ar fatal disposto a
Exercer a eutanásia vivo em constante
Estado terminal e recorro à superfluidade
Recorro à superficialidade raro seco
Contamino até deserto com as lágrimas
Derramadas não componho não salvo
Não recupero os rios temporários não
Tenho tempo para viver minha sina
É morrer pois preciso transformar-me em
Algo fantasma sombra espírito assombração
Preciso sair do oculto lavar a sujeira ferir com
Ferro frio o sangue quente deixar jorrar
A hemorragia por onde se esvai a alma latente
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