domingo, 26 de janeiro de 2020

"Originais", RJ/1980, A descer a ladeira abaixo; Publicado: BH, 0260102020.

Vento e pó e poeira
A mulher vem a descer faceira
A rua lépida da ladeira
O vento levanta a saia
E a calcinha aparece
A mulher finge que não ver
E continua a vir
Que pernas bonitas
Que cochas rijas
E depois que passa
Que traseiro lindo
A saia é fina
Quase transparente
As formas são macias
Firmes e fortes
E com uma mulher dessa
Montada no meu cangote
Espantava até a morte
Eita bicho bom
Boca gostosa
Corpo cheio
Morena maneira
Chega ao pé da ladeira
E olha para atrás
Seu olhar atravessa a poeira
E encontra o meu olhar
Os dentes aparecem
Brilhantes com o sol
Os cabelos soltos
Bravios e rebeldes e revoltos
É uma deusa sem dúvidas
E veio do inferno
No céu não tem 
Coisa boa assim
Vento e pó e poeira
Tiram-me da boca esta coceira
Morena maneira faceira
Levanta a saia que quero ver
Lambe-me o corpo
Faça de mim uma escarradeira
Morda-me e coma-me
Faça de mim um churrasco. 

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