Estou a engordar
Igual a um leitão capado
Para o corte
Estou a engordar
Que pareço um boi
De tão inútil de gordo
E a cada dia que passa
Perco mais carnes e músculos
E ganho mais gorduras
Já sou um obeso
E de meter inveja
A um hipopótamo
E estou a ficar gordo
Estou a engordar
Já não amarro os cadarços do sapato
E não vejo mais
O meu pequeno e inútil órgão genital
A não ser através do espelho
E fica difícil
Devido o volume
Da minha imensa barriga
E tornei-me um gordo impotente
E pareço um touro ignóbil
Um porco de toucinho ruim
Como igual a um monstro
Igual a um bicho-papão
Ronco tal a um dragão
Arroto qual a um vulcão
E meu coração debilitado
Desistiu de levar avante
Este montão de gorduras
Frágeis e flácidas e frígidas
E plácidas e e líquidas e leves
Pareço um gordo de penas
Um fardo de espumas
Um almofadão de plumas
Estou a engordar
Já não passo mais na porta do quarto
E minha mulher já desistiu
Abandonou-me há muito tempo
E arrependeu por minha fome
Não ser por outra coisa
Arrependeu por eu
Não querer devorá-la.
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