Muitas frases são escritas sem conteúdos
De pensamentos muitas sentenças são ditas
Sem orações sujeitos verbos complementos
São palavras lançadas aos ares letras aos
Ventos já os sopros dos instrumentos têm
Todas as identificações endereços os
Saxofones suspiram sussurram respiram
Soluçam murmuram aos comandos dos
Saxofonistas os trompetes tentam
Acompanhar os pistons juntos ao piano
Que responde aos dedos ágeis do mestre
Pianista tudo consciente com a certeza
Do saber do que estar a ser feito com a
Segurança o prazer de quem colhe é o
Prazer do melhor orgasmo do pó mais
Puro cheirado sem mistura que o nariz
Sensível sai em busca doutro igual ou o
Usuário do LSD o derivado do ácido
Lisérgico poderoso alucinógeno que
Forma a abreviatura do alemão Lyserge
Säure Diethylamine assim são os sopros
Os sons os murmúrios desses ecos de
Lucidez reverberações de clareza
Perceptibilidades de expressões brilhos
De penetrações de inteligência perspicácia
Que nos faz delirar a querer sempre mais a
Não nos contentar a não ficarmos satisfeitos
A nos viciar o vício é assim bom ruim às
Vezes cativante noutras exasperante nunca
Pensei em ficar viciado pelo ouvido preso
Pelo ouvido por todos os ouvidos que tenho
Externos internos muitas frases são mortais
Não têm posteridade não têm eternidade
Entram num ouvido saem pelo outro
Dissolvem-se na água no vácuo não nos
Levam à logosofia doutrina filosófica que
Preconiza um processo de evolução mental
Supostamente capaz de conduzir o homem
Por sua sabedoria ao conhecimento perfeito
De si mesmo esses homens que sopram esses
Instrumentos são logosóficos eles os instrumentos
Foi a única explicação que encontrei ou a única
Conclusão que cheguei talvez precise de todo o
Silêncio do universo para entender esse barulho eterno vivo
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