terça-feira, 19 de abril de 2011

Mário Quintana, Querias que eu falasse de "Poesia"; BH, 0190402011.

Querias que eu falasse de "poesia" um pouco
Mais... e desprezasse o quotidiano atroz...
Querias... era ouvir o som da minha voz
E não um eco - apenas - deste mundo louco!

Mas quê te dar, pobre criança, em troco
De tudo que esperavas, ai de nós:
É que eu sou oco... oco... oco...
Como o Homem de Lata do "Mágico de Oz"!

Tu o lembras, bem sei... ah! o seu horror
Imenso às lágrimas... Porque decerto se enferrujaria
E tu... Como um lírio do pântano tu me querias,

Como uma chuva de ouro a te cobrir devagarinho,
Um pássaro de luz... Mas, haverá maior poesia
Do que este meu desesperar-me eterno da poesia.

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