Querias que eu falasse de "poesia" um pouco
Mais... e desprezasse o quotidiano atroz...
Querias... era ouvir o som da minha voz
E não um eco - apenas - deste mundo louco!
Mas quê te dar, pobre criança, em troco
De tudo que esperavas, ai de nós:
É que eu sou oco... oco... oco...
Como o Homem de Lata do "Mágico de Oz"!
Tu o lembras, bem sei... ah! o seu horror
Imenso às lágrimas... Porque decerto se enferrujaria
E tu... Como um lírio do pântano tu me querias,
Como uma chuva de ouro a te cobrir devagarinho,
Um pássaro de luz... Mas, haverá maior poesia
Do que este meu desesperar-me eterno da poesia.
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