Escrevi um poema,
Em plena Sexta-Feira Santa,
Na época da quaresma,
Mulher da Trouxa, e
Mula-sem-cabeça;
Não quero dizer nada,
Não preciso dizer
E nem provar,
E nem mostrar;
Só a mim mesmo,
Devo alguma coisa:
Rastejei o quanto pude,
Comi poeira e bebi vômito;
Dormi entre fezes,
Paguei bem caro,
O que foi bom para mim;
Da própria carne podre,
Recompus-me novamente,
Na torre de Babel,
E babei nos lábios dela,
E nunca mais ela quis me beijar;
Não gostou do meu beijo,
Beijo babado e frio -
Não correspondia nada -
Não trazia nada;
Simplesmente fazia lembrar,
A paixão de Cristo.
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