Jesus ensinava olhai os lírios do vale
Ensino olhai o tempo dai tempo ao
Tempo isso é sabedoria fica mais
Fácil a vida a vitória não ser vencida
Olhai o tempo da janela da torre da
Igreja da cerca da cancela da chancela
Da cancela enquanto é tempo pois
Somos nós que passamos o tempo
Existe há bilhões de tempos antes de
Ser chamado de tempo nós nem
Sabemos se existimos ainda talvez
Nem saibamos existir olho o tempo
Pergunto quantos beijos terei que dar
Para ser alguém? quantas carícias
Terei que fazer em sobrancelhas para
Existir de fato? o tempo não nos faz
De boato pega nossa garupa o levamos
No cangote ou no cacaio na cacunda
Curva nossas costas sem piedade é
Nietzschiano puro verga a mais viril
Coluna tira a virilidade do mais potente
Acaba com a libido da nossa fonte
Deixamos de ser o tempo continua
Domina a todos mas mesmo assim
Gosto olho para o tempo o quero em
Minha companhia quero-o junto
A mim lado a lado carrego-o nos
Ombros para onde for levo-o nos
Braços não consigo abraçá-lo não
Consigo nem segurá-lo nada posso
Fazer para prendê-lo num aconchego
Aí vou aí ai bebo todas depois ai o
Tempo deixa-me embriagado também
Com todas as dores qual Drummond
Com todos os sentimentos do Carlos
Quero imitar os dois o Carlos o tempo
Mas quem sou ninguém sei bem
Que sou o tempo não deixa quer
Enterrar-me nas suas obras dobras
Quer emoldurar-me em confronto
Com o tempo não duro um dia
Quanto mais uma eternidade o
Tempo é eterno olhai-o enquanto
Para nesta tarde de quintal
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