domingo, 17 de abril de 2011

Tempestade; RJ/80; Publicado: BH,0170402011.

Sai o trovão da garganta do céu,
Rasga o relâmpago,
A face do firmamento,
Enrugada de nuvens,

Densas e enfurecidas;
A tempestade não tarda,
O vento uiva, e o aguaceiro,
Não pede licença;

E a mesma água,
Que molha o rico,
É a que molha o pobre:
Cai para todos;

Sem distinção,
E sem discriminação,
Sem preconceitos,
E sem nada;

Simplesmente cai,
Naturalmente e bela,
E tumultua tudo,
E derruba os barracos;

As árvores e os barrancos;
Sai o trovão,
Rasga o relâmpago,
Foge o raio;

Cai a água,
Água pesada,
Igual chumbo
E enche os rios;

Enche tudo,
Molha vidas, almas,
De todas essas pessoas,
Secas e insípidas.

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