sábado, 15 de junho de 2013

Ai de mim e malgrado meu; BH, 02301201999; Publicado: BH, 0150602013.

Ai de mim e malgrado meu,
Nas minhas lamentações sem fim,
Angústias, augúrios e dores,
Sofrimentos e infelicidades;
Ai de mim!
Nas minhas reclamações infinitas,
Insatisfações e mágoas,
Lamúrias e lágrimas;
Sou pior do que criança sem berço,
Menino desmamado;
Refugiados em campos sem pátria,
Flagelados das secas,
Vítimas de terremotos,
Maremotos e guerras;
Ai de mim!
Que em vista de ser assim,
Simplório e covarde,
Penso que os meus males,
São os maiores do mundo;
E nunca nem fui,
Vítima de naufrágio,
Sofri queda de avião,
Sem paraquedas;
Naco de carne fresca,
Nas garras do tubarão;
O que é que quero então?
Quero a salvação?
Quero ir para o céu?
Ai de mim!
Que não tenho,
Vocação para santo,
Não tenho alma,
Não tenho espírito;
E em qualquer vão de escada,
E repouso a cabeça,
E fecho os olhos para sonhar.

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