segunda-feira, 10 de junho de 2013

Vivas mais e não deixes morrer o que há em ti de bom; BH, 0270102000; Publicado: BH, 0100602013.

Vivas mais e não deixes morrer o que há em ti de bom,
Vivas mais e não deixes morrer a raiz plantada no fundo
Do teu coração, na planta da tua alma, no seio do
Teu espírito e pensamento que podem te trazer o dom
De aprender a viver mais, sem causar a morte e a ruína
De quem quer que seja e de o que quer que seja;
Cuspas da boca esse gosto de sangue, esse sabor de morte,
Jogues fora as armas e os meios que podem fazer com
Que venhas a matar um semelhante primata;
Vivas mais e pregues a vida, o amor e a paz,
Pregues a felicidade, o acontecimento e a alegria;
Não te deixes enganar pelos falsos profetas e mentirosos,
Por aqueles que só querem enriquecer às tuas custas,
A te deixar à mercê da fome e da pobreza,
Da miséria e da desgraça, donde não mais
Conseguirás sair, se continuares amarrado a esses
Dogmas, preconceitos e complexos infinitos;
Abras o peito e lances fora as trevas que estão
A sufocar o teu fôlego, a tua voz e comportamento;
Abras o peito e lances fora tudo que te acorrentes,
Que te prendes e que algemas os teus pulsos, como
Se tu fosses um bandido de alta periculosidade,
Um cometedor de crimes hediondos e sem perdão;
Vivas a liberdade, gritas a verdade, falas presente,
Com fluidez de espírito e clamor de sabedoria;
Usas a inteligência que é o único bem,
Que pode permitir a sobrevivência e a
Permanência por mais tempo no espaço do tempo;
Usas a cabeça e tudo que tem dentro dela,
E faças fugir daí os cadáveres enterrados no teu
Cemitério espiritual e esqueças por completo
De todos os mortos que à noite ficam a puxar o
Teu pé, a tua coberta e a fazer lembrares sempre
Do passado sórdido e remoto, que se deixar,
Nos mata, como um vômito que vem por caminho
Anormal e errado, longe do caminho por onde
Deveria sair para ser vomitado, sem sufocar ninguém;
Se chegares à janela e começares a gritar bem alto:
Eu quero viver e deixar viver, e não quero
Quem não quer viver e deixar morrer, por que
Eu quero é viver e deixar viver;
Se tu abrires a porta da tua casa e começares
A falar para o mundo inteiro, que descobristes
A verdadeira razão de viver e de ser feliz,
Ajuntaria meia dúzia para te chamar de louco;
Eles ficam doentes quando descobrem alguém que vive,
Eles não admitem alguém que vive e é feliz,
Eles não querem que tu faças alarido de alegria,
Que tu sorrias e gargalhes nas caras atônitas deles;
Vivas mais camarada compatriota conterrâneo,
Vivas mais e não deixes os outros lançados às
Próprias sortes de morte e do desespero do
Despenhadeiro do precipício à beira do abismo e que
Num descuido, também podem te engolir, sem engasgar e
Não deixar a ti a oportunidade de venceres,
De sobressaíres e de mostrares que és perfeito e fiel,
És crédulo fervoroso e esperançoso, és significativo,
Definido e amparado pela certeza de que sabes o que queres;
Queres é viver e deixar viver o primata que não conseguiu
Atingir o mesmo grau de consciência que o teu;
A mesma perspectiva de alternativa fora dos padrões
Estabelecidos por aqueles que se julgam donos do destino
De todo um povo e duma humanidade inteira;
E já bati no meu peito e na minha cabeça,
Já derramei sobre mim, toda a terra e entulho
Dum desabamento dum muro de arrimo e já
Despejei sobre a minha cabeça, toda a lava dum vulcão;
Tudo para me permitir a viver e para permitir a outrem
Que viva e deixe viver, por mais que odeies,
Aquele que queira tirar a vida e dá a morte;
Não atiras o azar a ninguém e não lances
Mal agouro e digas bem feito por um mal feito, ou quando
Pressentires que um primata qualquer não conseguiu o mesmo
Que tu conseguiste em pouco tempo de vida;
Não vanglories de teres chegado lá, enquanto
A maioria dos teus irmãos ficaram estendidos
No chão, sem as mesmas oportunidades que tu e
Almejastes ter, conseguistes e aproveitastes bem;
Muitos irmãos não souberam, ou não quiseram
Aproveitar a estrada que foi estendida à frente;
Desviaram dos caminhos e procuraram outros atalhos,
Se desgarraram tais ovelhas perdidas em noites
De nevoeiros e só foram encontrados presos em espinheiros;
Retiras-os com muito carinho para não magoar
As carnes e não triturar os ossos e ferires os olhos;
Retiras-os com delicadeza e ponhas-os de novo
Nas sendas e nas veredas das encostas seguras;
Ponhas-os em segurança dum abraço, um aprisco
E ponhas-os no amparo de encontro a um peito,
A um rochedo formado de rochas vivas, eternas;
Para não voltar a causa da descarga que ajuntará
E levará em correntezas extremas e fortes, as frágeis
Vítimas que se encontram ao sabor da morte;
A espera do cortejo fúnebre, da missa de sétimo dia
E do atestado de óbito, junto com as causas mortis;
E então é só vivas e deixes viver,
Vivas e busques a vida sem preocupação,
A abrir mão do medo e da incerteza;
Será que estou a conseguir a viver?
Que dúvida é esta aqui em meu coração?
Será que sou isto que a vida me fez?
Não deixas a dúvida te fazer deixar de ser e não
Sejas indeterminado e indefinido, um daquilo.(1)

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