domingo, 9 de junho de 2013

Vejo-me agora aqui cego; BH, 01º0202000; Publicado: BH, 090602013.

Vejo-me agora aqui cego,
Sem enxergar-me e saber porque,
Não posso olhar-me no meus
Olhos, sem precisar ir ao espelho;
Quero olhar-me simplesmente,
Ao voltar os olhos para dentro,
Do que pode ser chamado,
De mim mesmo;
Sem precisar de um espelho,
Uma luz, ou um objeto artificial,
Que não me traz nada,
Do que pode ter de natural;
Não vejo-me a não ser,
No espelho do meu quarto;
E já estou enjoado de
Olhar para o espelho
E não enxergar-me;
Só restos de sonhos e migalhas,
Do que era eu nos tempos idos,
Do que era eu nos idos dos tempos;
Ainda bem que existe,
Uma alternativa adequada,
Que não pode ser alterada;
E que me mostrará,
Sem telas e sem radares,
Sem sondas e sem teares,
A minha parte obscura;
A parte escondida onde,
Refugiou-se o meu eu,
O espírito do meu eu;
E o pensamento e a alma,
O tudo do meu ser;
E agora as pessoas me olham
E não me enxergam,
Olham-me e não me vêem
E vejo-me em tudo em mim.

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