sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ávida por acidentes sensacionais e sensacionalistas; BH, 0240102000; Publicado: BH, 070602013.

Ávida por acidentes sensacionais e sensacionalistas,
Pegas irracionais e corridas pelas ruas da cidade;
Já não basta a polícia que nos mata,
Os ladrões que nos roubam e os sequestradores
Que nos sequestram e às vezes nos matam;
Já não nos basta o nosso presidente, o nosso senado,
A nossa câmara de deputados putos e meretrizes;
Jã não nos basta os nossos vereadores, prefeitos
E governadores, ministros e banqueiros;
Empresários e sonegadores, traficantes e aviões,
O quê nós esperamos mais para nós?
Fales a verdade, o que mais queremos para nós?
Já não nos basta o nosso vil colonialismo?
A nossa história pequena e mesquinha,
A história dos nossos militares não nacionalistas?
Já não nos basta a corja de estrangeiros e especuladores,
O que mais nós desejamos para nós?
Não é demasiada grande a nossa vergonha?
Não é demasiado grande o nosso azar e a
Nossa falta de sorte, nossa capitulação e rendição?
Penso que já nos basta toda essa herança,
Penso que já nos basta toda essa incapacidade,
De andarmos com as próprias pernas;
E quero e preciso me fazer entender,
E me fazer compreender, que chega de vez por todas,
Chega imediatamente de tudo isso;
Não podemos continuar assim só a viver,
Em pró do futebol, e do carnaval, que
Afinal de conta, só angaria os louros,
Quem está dentro das quatro linhas, porque
Quem está fora, vive só para sustentar a ilusão;
Chega de bater palmas em vão e lotar igrejas
De falsos pastores, falsos exorcistas, que só querem
O nosso dízimo cada vez mais e mais e mais;
Que essa cambada vá trabalhar, lavrar a terra,
Matar a fome do povo e não tomar o dinheiro;
Que essa cambada é para ralar debaixo de sol,
E nunca mais aparecer um Bispo Macedo,
Nunca mais aparecer um Marcelo Crivella,
Nunca mais ninguém vai querer ser pastor nesta terra,
Ganhar dinheiro fácil e sem ter que trabalhar;
É o sonho de qualquer esperto, de espírito vagabundo,
Tirado a malandro e se julga superior aos outros;
Comigo é na sola e não tem vez,
Tem que ralar o bucho e derramar suor;
Comigo não vai ter mansão e nem solar,
Não vai ter carro importado blindado e nem viagem
Em avião de primeira classe e segurança particular;
Comigo não vai ter orgia em companhia
De mulher bonita, perfume francês;
A mim não me iludem e não me enganam,
Sou mais pelo fim desse tipo de religião,
E pelo fechamento dessas igrejas que mais
Parecem hiper e supermercados de arrecadações;
Nunca vi algo tão parecido com armação e tão nojento,
Quanto o exorcismo praticado pelos obreiros,
A água abençoada pela televisão,
Que toma proporção de água benta,
O óleo abençoado pelo comedor de feijão,
Toma proporção dos óleos da igreja católica;
Eles só faltam arrumar agora é um papa,
Uma hóstia, coroinhas, cardeal, arcebispo;
Só faltam arrumar uma Roma e um Vaticano, pois
Tudo que a igreja católica inventou,
A igreja do Macedo também inventou;
E o pecado lá é mais radical do que na outra:
Assistir televisão é pecado, beber cerveja é
Pecado, sexo é pecado; onde já se viu,
Sexo ser pecado? viver é pecado
E o que eles fazem com o fiel, não é pecado?
E gostaria de saber se concentrar riqueza,
Com o dinheiro arrecadado de fieis, muitas vezes
Humildes e analfabetos, pobres, desesperados,
Não é pecado também, não? alguém
Precisa me responder, pois estou confuso,
Estou um pouco perdido com tanto pecado;
Mas não posso fazer nada, a não ser,
Deixar aqui estas linhas do meu complexo;
Estas linhas do meu intelecto e da minha
Total indignação e revolta com o que
Acontece e não conseguimos perceber,
Que nos basta, que nos chega tudo isso;
Não conseguimos perceber que temos que tomar
A rédea da mídia e de tudo que nos
Controla e nos faz formar  a nossa opinião;
Temos que tomar a rédea e mudar a direção,
Ou continuaremos injustos e insensatos;
Continuaremos ímpios e invejosos e orgulhosos,
Egoístas e vaidosos, a viver na mentira,
Na falsidade e na ilusão da salvação; e
Que pelo caminho que a seguimos, com certeza,
Não a tingiremos nunca, pois não sabemos,
Abrir mãos dos nossos princípios, das nossas condições;
Abrir mãos de nós mesmos e dos nossos bens,
Abrir mãos de nossa felicidade, para cedermos
A felicidade ao nosso semelhante;
Abrir mão da nossa vida, para cedê-la a
Um nosso irmão e morrer no lugar dele;
O restante é fantasia, vaidade e pobreza,
Pobreza, não, miséria, miséria de espírito,
Apodrecimento de alma e de caráter,
Putrefação do coração e do semblante;
O restante aos vermes cabem o que fazer
E ninguém que não aprender a abrir mão,
A abrir mão literalmente de tudo e de todo,
Pode ter a cruel e visceral certeza surpresa de que,
O céu que ele almeja e que ele espera,
Nada mais é do que o céu, não o céu, se não renunciar,
Mas o céu da boca da onça.(2)

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