quarta-feira, 13 de abril de 2011

Mário Quintana, Noturno da Viação Férrea; BH, 0130402011.

Ora, os fantasmas são viajantes noturnos.
Se aboletam nos carros vazios e ficam
(Por que será que os fantasmas não fumam?)
A olhar o mundo que desliza...
Mas sucede que as máquinas estavam manobrando apenas
E depois veio a luz crescente, a luz cruel,
Situando e ambientando as coisas.
E quando surgem, cabalísticos, os primeiros letreiros:
Hotel Savóia, Ao Pente de Ouro, Saúde da Mulher,
Os fantasmas, poídos de claridade,
Soltam um suspiro e se desvanecem.

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