Esses homens sujeitos às convulsões intelectuais, impacientes
Com relação a si mesmos e sombrios, como Byron ou Alfred
De Musset que, em tudo o que fazem, se assemelham a
Cavalos espantados, esses homens que em sua própria obra
Não encontram senão uma breve alegria e um ardor que
Quase faz arrebentar as veias e, a seguir, a fria esterilidade e
O desencanto: - como esses homens suportariam eles próprios
Se aprofundar?
Eles têm sede de se aniquilar num "fora de si";
Se, com tal sede, somos cristãos, visaríamos a nos aniquilar em
Deus, a nos identificarmos com ele; se fôssemos Shakespeare,
Não nos contentaríamos em aniquilar-nos nas imagens da
Vida apaixonada; se fôssemos Byron, teríamos sede de ações
Porque estas nos desviam de nós mesmos mais ainda que os
Pensamentos, os sentimentos e as obras.
A necessidade de ação não seria então, no fundo, senão uma
Fuga diante de si mesmo? - perguntaria Pascal.
E, com efeito, os representantes mais nobres da necessidade
De ação provariam essa asserção: bastaria considerar com a
Ciência e a experiência de um psiquiatra, bem entendido - que
Os quatro homens que, em todos os tempos, foram mais sedentos
De ação eram epiléticos (citei Alexandre, César, Maomé e
Napoleão): exatamente como Byron que, também ele, sofria desse mal.
"Gorge Gordon, dito Lord Byron, (1788-1824), poeta inglês."
"Alfred de Musset (1810-1847), romancista e dramaturgo francês,
Uns dos mais destacados representantes do romantismo."
"Blaise Pascal (1623-1662), matemático, físico e filósofo francês;
Uma obra: Do espírito geométrico - Pensamentos."
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