domingo, 3 de abril de 2011

Sou alegro má non troppo; BH, 0150202011,; Publicado: BH, 030402011.

Sou alegro má non troppo
E um pouco maestoso, e no molto
Vivace; tento de minha vida um
Adágio molto e cantable e presto; e do
"O Freunde, nichet diere Töne", allegro
Assai, ensaiar meu tempo nesse
Enfeite de coro final de la "Ode
A la Alegria" de Schiller, para sentir
A mesma eternidade, sentir a
Mesma imortalidade das coisas
Que não morrem, mesmo quando
Os tempos querem matá-las; e o que nos
Imortaliza, são justamente as coisas,
Os causos, os casos, as obras, os atos, essas
Potencialidades que eternizam os seres;
E hoje levantei cheio de vontade,
De vontade de derrubar mais um
Ditador, derrubar um ditador por
Dia, para não sobrar nenhum; hoje estou
Cheio de folia para enfrentar titãs, gigantes e
Tal qual um São Jorge, arpoar dragões, e
Como sou menor do que Davi, apedrejar os
Golias; e um desditoso Ulisses a enfiar
Achas em brasa nos olhos dos ciclopes;
Hoje acordei arteiro, mais cheio de arte
Do que o Pedro Malasartes, só que, menos
Poeta, pois poeta não sou: nem menor; e
Esta é a minha dor, esta falta de poesia,
E a morte do amor, que horror, procuro
Onde nunca vou encontrar ou está muito
Bem escondido ou não sei procurar; mas,
Menino é assim, nunca cresci dentro de mim.

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