terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nietzsche, As pequenas doses; BH, 0240102012.

Se uma transformação deve se processar tanto quanto possível
Em profundidade, é preciso administrar o remédio em pequenas
Dose, mas sem interrupção, por um longo período de tempo!
O que podemos criar de grande numa só vez?
Evitaremos, pois, trocar, precipitadamente e com violência, as
Condições morais às quais estamos habituados, por uma nova
Avaliação das coisas - pelo contrário, queremos continuar ainda
A viver muito tempo nessas condições - até que, provavelmente
Muito tarde, percebamos que a nova avaliação se tornou
Preponderante em nós e que as pequenas doses às quais, a partir
De agora, devemos nos habituar, produziram em nós uma nova
Natureza.
 - Começamos também a dar-nos a última tentativa de grande
Modificação nas avaliações - aquelas que se referem às coisas
Políticas - quero dizer, a "grande Revolução" - não foi nada mais
Que um patético e sangrento charlatanismo que, por meio de
Crises súbitas, soube inculcar à crédula Europa a esperança de
Uma cura repentina - tornando assim até nossos dias todos os
Doentes políticos impacientes e perigosos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário