terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Senti meu corpo abolhar; BH,02801001999; Publicado: BH, 0100102012.

Senti meu corpo abolhar,
Cobrir-se por completo,
Encher-se de bolhas;
E estava num mundo de gases,
Passei para aqui,
O meu estado de abolimento;
Abolição da matéria,
Abolir do tempo,
Aqui não havia vida,
Amor e paz;
Nada para abolinar,
Para ir pela e meter a bolina;
Sentir-me abolitório do real,
E abolitivo da verdade,
Ao me ver abolerecer
E cobrir-me de bolor,
Criar bolor na minh'alma;
E já não poderia escapar,
De vil abolorecimento,
Aprendido com o convívio,
Com os seres que só sabem,
Se abolorentar nos consumos da vida;
Nos mercados de lucros,
Vantagens e ilusões;
Nada de liberdade,
Nada de verdade,
Só a morte real,
O abomaso a estourar,
O quarto estômago dos ruminantes
Salientes e obesos, entupido
E a mente vazia, no vácuo.

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