quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Todos nós somos abugrados; BH, 0401101999; Publicado: BH, 0110102012.

Todos nós somos abugrados,
Descendentes de bugres,
De índios e de negros escravos;
Não adianta o destino abulado,
Selado com bula,
Ou selo de chumbo;
A nossa verdade,
Não pode ser escondida;
Ninguém pode abular a história,
Adquirir um outro caminho,
Para a saga do povo brasileiro;
Ninguém deve desconhecer,
O nome com que os tupis-guaranis,
Designavam os padres
Da Companhia de Jesus:
Abuna e abaruna e abaré;
E a abunã em abundeza,
Iguaria que se prepara no Amazonas,
Com os ovos de tartarugas;
Todos nós somos obrigados,
A deixar a continuidade,
Da abundidade no Amazonas,
Ao não mexer em nada,
Ao não entregar nada,
Ao preservar e guardar tudo,
No fundo do nosso coração;
Do jeito que anda o fim abundoso
No desmatamento e abundosamente
Na devastação, amanhã não teremos
Nenhuma folha,
Para servir de consolação;
Abundantemente imploro:
Não deixa acabar, não.

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