Cheguei do norte
Cheguei com a morte
Dentro dos olhos
Vim para o sul
Atrás d'água
Atrás de amor
Atrás de sonho
E de dinheiro
Mas é difícil de encontrar
O que procuro num lugar
Que não é o meu
Mas é aqui que tenho de viver
Aconteça o que acontecer
Não vou parar
Não vou desesperar
E estou disposto
Para sobreviver
Enfrentar de alma e corpo
O que em minha frente
Vier aparecer
Cheguei da seca
Sem chuva e ressequido
E peço licença para entrar
Aqui também posso mandar
Sou índio filho de índio
Sou negro filho de negro
Sou mato filho do mato
Mas o mato secou e morreu
E aonde chego
Quem manda sou eu
Quero amor e quero paz
Agora sou do norte
Agora sou do sul
Ando atrás da vida
E com medo da morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário