segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ouço o barulho das cousas; BH, 0150302011; Publicado: BH, 040402011.

Ouço o barulho das cousas
A voz da chuva que chove
No pátio os sons causados
Pelas águas da chuva de
Março na tarde toda chuva
Que cai é a minha vida que
Cai vai minha vida se esvai
Minha vida é esta chuva esta
Chuva é minha vida os
Sussurros gerados pela vida
Amanhã quando não estarei
Mais aqui esta chuva estará
A sustentar os pilares que
Restarem de mim mas que
De mim nada sobrará nem
Cinzas linhas ou chuva nada
Permanecerá do meu nada
Nem letras nem palavras por
Ora os sons das cousas dos
Sons desta chuva destas águas
Na tarde de março me existo
Fazem-me um Juca Mulato
Existo-me sem saber que
Existo insisto em algo em 
Qualquer cousa sem êxito
Mais teimo em persistir
Nestas gotas nos sons destas
Gotas sou tão breve tão tênue
Difuso diáfano diacho que para
Existir preciso insistir mas quando
A chuva para fico triste igual todo
Homem triste não sou diferente
Sou indiferente ao que não é
Esta tarde chuvosa de março
Até a mim mesmo quando uma
Criança chora ao longe ou um grito
É lançado de não se sabe donde
Muitas mãos pedem socorros olhos
Vestem lágrimas olhares procuram
Um olhar almas outras almas pois os
Corpos não se procuram mais não se
Atraem se repelem como num susto

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