sábado, 2 de abril de 2011

Stéphane Mallarmé, Unhas Puras; BH, 020402011.

Unhas puras o seu ônix alto ofertando,
A Angústia, à noite, favorece, lampadófora,
Mil sonhos vesperais queimados pela Fênix
Que recolhem jamais as ânforas cinéreas.

Salão deserto, no console, concha alguma,
Bibelô abolido e vazio sonoro,
(Indo o Mestre beber o seu pranto no Estige
Com aquilo somente ao Nada muito honroso).

Mas próximo à janela aberta ao norte, um ouro
Agoniza talvez semelhante ao cenário
Dos licornes a ninfa agredindo com fogo,

Ela, no espelho morta e nua, enquanto que,
No olvido, preso na moldura, se encarcera
Com susa vibrações sem mais o Sete-Estrelo.

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