segunda-feira, 25 de julho de 2011

Estou a esperar parir aqui agora; RJ, 0300301999; Publicado: BH, 0250702011.

Estou a esperar parir aqui agora,
Um poema gerado, lapidado,
Feito diamante grande,
Raro e eterno;
E mesmo que me dilacere,
Todas as estruturas das entranhas,
Não posso deixar de parir,
Esta poesia bruta,
Feito uma mulher grávida;
Não sei se criarei uma obra de arte,
Não sei se serei pai,
Duma obra-prima;
Não sei se serei mãe.
Duma bela arte,
Não sei se gerarei um clássico;
Espero ter a eloquência da mãe,
Na hora do parto,
Na hora da dor,
Que toda desestruturada,
Sorri de felicidade,
Ao sentir nos braços,
O filho inda envolto,
No líquido da placenta;
Estou a esperar parir também,
Vou ser pai e mãe;
Poemas, poesias, odes e elegias,
São meus filhos diletos;
Amo-os desde d'alma;
E inda que um dia,
Não seja reconhecido,
O pai ou a mãe,
Não deixarei de lado,
O prazer da criação,
E que seque o sangue
Das minhas veias de vida.

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