O que me abastece
E do que quero abastecer,
Prover do necessário,
Ou do bastante,
O que quero fornecer
E prover-me,
É do teu inteiro amor;
Quero fazer de mim,
Um estabelecimento,
Onde o estoque
E o abastecimento,
A mercadoria principal,
Seja só o amor;
Apesar da minha cara feia,
Meu nariz abatatado,
Grosso, largo,
Dentro de mim,
Reina a beleza,
O belo e o bom;
E o abate que me dás,
É em me aceitar,
Do jeito que sou;
E contigo ao meu lado,
Não quero mais da vida,
Nenhum abatimento;
Só ser um abatedor,
Que todas as moites,
Te leva para um abatedouro,
Um matadouro do amor,
Onde se morre de madrugada,
E ressuscita-se no amanhecer;
E te abater com carinho
E meiguice, jogar por terra
Devagar, fazer descer à
Sombra fresca, matar de
Saudades depois, e a mim,
Como um animal para
Consumir no altar,
Como se estivesse,
A adorar uma deusa.
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