sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vem fazer para mim; BH, 060701999; Publicado: BH, 0290702011.

Vem fazer para mim,
Uma aletria agora,
Com massa de farinha de trigo,
Em fio fino e fofo;
Uma espécie de macarrão bem delgado,
Um cabelo-de-anjo
Para alevantar o astral,
Que estou meio down;
Com a fome a apertar,
E não posso,
Ficar deitado nesta cama,
Preciso levantar agora,
Para fazer uma obra de arte,
Uma obra-prima,
Um clássico da humanidade;
Não será em verso alexandrino,
De doze sílabas,
Que geralmente é feito com pausa,
Com cesura após a sexta sílaba tônica
E quem sou eu a apregoar um hemistíquio,
Para pensar tão grande, e ser o natural
De Alexandria, no Egito?
Sou Alexandre, o Grande?
Com o cavalo Bucéfalo?
Quem sou eu,
Para querer ir tão longe?
Fazer versos alexandrinos,
Que pretensão?
Fazer obra-prima:
Fazer obra de arte,
Fazer clássicos;
Vê se acorda, rapaz,
Estás a sonhar acordado,
Estás a sonhar alto,
Cuidado para não cair da cama.

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