Não estou seguro de mim,
Não tenho segurança,
É muito grande o meu medo,
E bem maior minha covardia;
Não sinto firmeza,
Quero me agarrar,
A qualquer coisa,
Para não afundar;
Tenho que deixar de debater,
Parar de tremer,
E arriar as calças;
Honrar o nome que tenho,
E deixar um legado de herança,
Aos meus filhos;
Herança que valha à pena,
Herança boa e sadia, onde nunca,
Venham a se envergonhar de mim;
Que tenham orgulhos,
Que tenham alegrias,
Ao me chamarem de pai;
Não estou a sentir-me bem,
Penso que tudo isso que está a acontecer,
É muito difícil para mim;
Não pretendo fazer tempestade,
Em copo d'água;
Mas uma imensidão de breu,
Abateu-se sobre o meu ser,
E se não sentir,
Logo a luz do sol,
Sou capaz de morrer.
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