Perdi-me num açafroal
Num terreno plantado de açafrão
Para só açafroar meu destino
Tingir temperar
Minha vida vazia
No afã da tarde
Deitei-me à sombra
Duma das açafroeiras
Vegetação boa que dá o açafrão
Colori minha pele
Com o corante dessa açafroina
A substância que se extrai dela
Todas as ramagens já catalogadas
Que todas sejam um dia
Também preservadas
Da acaiaca da família das Terebintáceas
Do cedro ao mais reles capim
É a natureza da qual dependemos
Do homem acaiçarado
Que tem maneira de caiçara
De caipira matuto
Como ninguém
Ama protege suas árvores
Quero mais é acaiçarar-me então
Adquirir modos de caipira
Amatutar-me inda mais
Não quero ser um homem da cidade
Do shopping da moda
Um homem do consumo
Globalizado da internet
Quero ver são os meus netos
A espojarem-se na poeira
Do quintal do meu terreiro
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