A porta
Bati à porta
Com todo o furor
Do desabafo da minha indignação
Estavas do lado de dentro
Ouvias que debatia
Do lado de fora
Não tiveste a coragem
De abrir a porta
Acovardou-te por medo
O medo foi maior
Sem perderes o medo
Perdeste-me
Nem fizeste nem caso
Já estás acostumada
A ser perdida assim;
Eu não nunca
À minha porta
Quem bater
Terá uma entrada
Não me faço de morto
Não finjo que não escuto
Nem viro a cabeça para um lado
Os olhos para outro
Bati à porta
As batidas do meu coração
Não foram ouvidas
Do lado de dentro
Seres mortos esperavam em vão
A chave não foi jogada
O trinco quebrou
Arrancaram a maçaneta
A porta
Permaneceu fechada
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