Mesmo com risco de escandalizar os ouvidos inocentes, sustento que
O egoísmo pertence à essência das almas nobres: entendo afirmar essa
Crença imutável que a um ser como "nós somos", outros seres devem
Ser submetidos, outros seres devem se sacrificar.
A alma nobre aceita a existência de seu egoísmo sem escrúpulos e
Também sem experimentar nenhum sentimento de dureza, de coação, de
Capricho, mas antes como algo que deve ter sua razão na lei fundamental
Das coisas.
Se ela quisesse dar um nome a esse estado de fatos, diria:
"É a própria justiça".
Ela confessa, nessas circunstâncias que primeiramente a fazem hesitar, que
Há seres cujos direitos são iguais aos seus: desde que ela resolveu essa
Questão de grau, ela se comporta para com seus iguais, privilegiados como
Ela, com o mesmo tato de pudor e no respeito delicado como em suas
Relações consigo mesma - em conformidade com um mecanismo celeste
Que toda estrela reconhece.
É ainda um sinal de seu egoísmo essa delicadeza e essa circunspecção em
Suas relações com seus semelhantes.
Cada estrela está animada desse egoísmo: ela se honra a si mesma nas
Outras estrelas e nos direitos, que ela lhes confere; não duvida que essa
Troca de honras e de direitos, como essência de toda relação, pertença
Também ao estado natural das coisas.
A alma nobre toma como ela dá, por um instinto de equidade apaixonado e
Violento que ela tem no fundo de si mesma.
O conceito "graça" não tem sentido, não goza de simpatia inter pares (entre
Iguais); pode have aí uma maneira sublime de fazer descer sobre si os
Benefícios do alto e de bebê-los avidamente como gotas de orvalho, mas
Uma alma nobre não nasceu para essa arte e para essa atitude.
Seu egoísmo cria aqui obstáculo: ela não olha de bom grado "para o alto",
Mas antes para a frente, lentamente e em linha reta, ou para abaixo: - ela
Sabe que está no alto.
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