A noite foi feita para escrever poemas
Observar fantasmas espíritos em cada
Canto recantos do pátio alguma alma
Se esconde nas frestas do tempo algo
Se move como se não se movesse a
Todo momento olho o que não vejo a
Noite foi feita para se sentir latejar os
Inconscientes olhos latentes atentos
Observam por detrás das pilastras uns
Correm brincam de esconder de pique
Outras travessuras o silêncio é total a
Lua lá do alto manda as suas reminiscências
É a noite foi feita para os poetas morrerem
Sangrarem passarem ao papel aos
Papiros do esconde-esconde aos
Pergaminhos esquecidos nas reentrâncias
Todos gritam ao mesmo tempo não
Ouve-se nada é um silêncio demasiado
Denso de furar tímpanos como se tudo fosse
Um sanatório para loucos abandonado
Ali está Arthur Bispo do Rosário os seus
Mantos reais adiante Febrônio em febre
Ainda Lucas Ivanovitch Furtado Medina
Saracoteia-se num redemoinho sem fim
Depois corre de costas choca-se
Contra os pilares bate as mãos nas
Paredes Lucas o que é isso rapaz?
Não me ouve no transe emite só
Um som indefectível segue
Noite adentro a se balançar sem
Um olhar sequer para mim Lucas
Espera-me vou contigo sou eu
Teu pai seja meu carrasco toma
A ponta desta corda arrasta-me
Cativo atrás de ti
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