segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Noturno Nº 24; BH, 0130702011; Publicado: BH, 0200802012.

Será que tenho algo para oferecer
À humanidade? não, a raça humana
Tem de tudo, e não tens nada
Que a sirva; mas, sou humano e
Um ser humano sempre precisa
Doutro; não, de ti não precisamos,
Podes, se quiseres, ir embora, agora,
Nada tens a nos acrescentar: falas
Que fazes obras de arte, mas és uma
Piada, falas que crias obras-primas,
Mas és um cínico, nem para síndico o
Queremos, quanto mais para
Reitor do nosso universo, poupe-nos
Das tuas dores de cabeça, dos teus
Textos teutônicos, das tuas cicatrizes
Tétricas, das tuas meretrizes tristes,
Prêmio Nobel de insensatez, tens
Espelhos em casa? espalhe-os por todos
Os teus quartos, cômodos e aposentos e
Terás sempre a casa cheia e bem povoada
E encontrarás a quem servires 
Dalguma coisa, entendeste, ou terei
De explicar novamente, gênio do
Óbvio? mudo, não abras a boca, já
Falaste e choraste demais em nossos
Ouvidos, não somos estátuas e nem
Esculturas, ouviste, vampiro pirata
De perna de pau, de olho de vidro
E de cara de mau; quantas vezes já
Choraste por nós? implora-nos por
Tudo, mendigo, pedinte pedante, meliante,
Marginal; queres tudo, carne,
Carvão, sal; e não fazes uma oferenda,
Não fazes uma oferta, traficante
De drogas inúteis à salvação e
À preservação da espécie.

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