segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Noturno Nº 22; BH, 0130702011; Publicado: BH, 0200802012.

Que fazes aí? estou a preparar o meu
Testamento para a minha mortalha
Tens muitos bens? vejo-te apenas com
Letras palavras na boca nas mãos
Então este é todo o meu tesouro
Nada mais quero para inventário penso
Que és um enganador não tens como
Pagar-me pensas em iludir-me com
Lenga-lengas mas estou estava calado
Tu foste que aqui chegaste a bem arguir-me
Como um inquiridor um inquisidor a
Torturar-me com tantas perguntas é que
Quero saber o que se passa dentro da tua
Cabeça incomoda-me o teu retiro a tua
Distância o teu silêncio de altas montanhas
É por isso que estou longe aqui no cimo
Deste monte o pequeno ruído que fazes
Com as tuas reverberações torna-te mui
Insuportável és muito pretensioso pensas
Que és gente porta-te com um porta-joias
És vazio de tais valores agradeço-te por
Conheceres-me tão bem tão melhor do
Que sou este é o meu sonho o que acabaste
De dizer tão bem conhecer-me o quanto
Conheces-me ora, vais dormir é noite
Alta não fiques por aí a espantar como se
Fosses um espantalho a assustar como se
Fosses uma sombra titânica é que não durmo
No noturno velo assisto aos mortos
Como assisto a ti neste soturno noturno

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