A minha ansiedade por parir não está no roteiro
Natural é um script que não conheço a íntegra
Da ânsia a angústia que me deprime é não ver
Meu filho chorar recém-nascido mover as
Perninhas os bracinhos fazer caretinhas
Ofuscado pela luz na qual veio parar pari
Todo dia toda hora é tudo que pulsa vibra
Mexe remexe dentro de mim os filhos
Latejam aprisionados acorrentados nas
Grutas forçam a bolsa arrebentam a
Placenta não escolhem momento para
Nascer nascem eternamente infinitamente
São teimosos querem muito é a posteridade
É a eternidade tenho que ser mãe pai parteiro
Tenho que fazer o parto sem ser especialista
Muitos nascem com anomalias com síndromes
Algum tipo de deficiência rara desconhecida
Não nasce um genial sensacional especial todos
São tão iguais que dificulta-me observar
Diferenças qualidades critérios sabem que
Independem de mim querem nascer que seja
A carne que seja o osso o espírito querem que
Seja a via não importa a que preço a que custo
Não importa o que me causarão querem nascer
Devoram-me as entranhas danificam-me o
Organismo fazem com que meu cadáver
Pareça vivo com as suas ressonâncias
Disputam com os negros vermes cada
Naco de carne que possa gerar um
Artifício que os leve de encontro à luz
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