segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Noturno Nº 15; BH, 0110702011; Publicado: BH, 0200802012.

Desprendeu-se da lua agora neste exato
Momento a obra-prima que tanto almejei
Por quem tanto esperei em todos esses
Anos de existência literária intensa densa
Passou pelo sol durante o dia ficou lá na
Lua armazenada só agora no auge desta
Madrugada iniciou a viagem para ser
Aqui trasladada neste papel sem vida
Captada por esta caneta que uso como
Antena encontrarei quem dirá que isto
Não é obra de arte encontrarei quem
Duvidará que o que desprendeu-se da
Lua não é clássico erudito culto não
É fruto dum pensamento é sim um
Que veio além do sol encheu-se de
Energia solar ficou na lua em maturação
Quando pronto para nascer partiu
Em busca de pai ao encontro de mãe
Os acordados serão os seus leais
Transmissores por sorte estou bem
Acordado debaixo da lua a olhar de
Sede a mirar de fome com os reais
Utensílios para a colheita não posso
Nem piscar fechar a boca respirar
Tenho que permanecer como se morto
Estivesse em cinesia astronauta no
Espaço longe da gravidade darei à
Luz não tem outro parto amamentarei
Como manda o figurino a lua será a
Madrinha o sol o padrinho sou o
Compadre a testemunha o testamenteiro
Deste parto no firmamento no amanhecer
Irei ao cartório com a primeira cerveja
Do dia  brindar em ode à obra-prima
Que filha pródiga retornou como uma
Vida para o seu parturiente autor

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