quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Noturno Nº 9; BH, 0100702011; Publicado: BH, 080802012.

Quem bate nesta porta como um corpo
Que debate nos últimos espasmos da
Agonia entre a vida a morte? quem
Esmurra assim este muro de marfim?
Saia detrás desta escada que não
Leva ao céu vai até ali o derradeiro
Vão é justamente o cão se caíres
Não encontrarás o chão espera que
Tentarei abrir a porta tens a chave?
Não não tenho a chave não sei
Pensar captar a percepção tentarei
Voar se cair seguras minha mão
Espera a vida está ali a noite é
Longa o amanhã amanhecerá
Estarás vivo para cantar não sou
Fonte cachoeira cascata nascentes
Regato a cantar riacho arroio se
Quiseres saberás aprender com eles
Quem és tu que me intimas? não
Desço de ribanceiras nem encostas
Não descendo de veredas sendas recantos
Mas não faz mal a chuva quando cai
Canta o vento dança bale faz
Festança baila nos coqueirais tu
És teimoso ancião viveste tanto
Não aprendeste nada tenho pedras
Na alma cavernas obscuras o que faço
É esconder-me dentro de mim
Não liberto meus suspiros meus pios
São de corujas de gralhas urubus amém
Até o ano que vem não contas para
Ninguém que cantaste para mim
Agradeço aos meus ávidos auspícios
Por ter acolhido-te fizeste minh'alma
De musa agora com muita calma
Durma é hora já raiou a aurora

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