quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Passo tão desapercebido pela vida; BH, 040502000; Publicado: BH, 0501002011.

Passo tão desapercebido pela vida,
Que às vezes penso que até sou,
Um animal microscópico;
Um ser animálculo,
De alma e espírito inertes
E que não podem ser animalistas,
Se não represento o artista plástico,
Especialista em esculpir
Ou em pintar animais;
E da minha vida nada faço
De animatográfico, pois sei,
Que nada tenho em mim,
Que seja fruto de cinematográfico;
Um cadáver que não se pode animar;
Um corpo que não é suscetível de ser animado;
Meu ânimo não é animável,
Nem como fantoche,
E fico ali jogado no sótão,
Esquecido num baú do tempo,
A clamar para ser acalentado,
Para ser ninado por um calor,
Aninado por uma paixão qualquer;
Uma loucura que venha me embalar,
Venha acalentar meu choro
E ninar meu sono mórbido;
E preciso mais é de alguém,
Para me aninar eternamente,
Num ninho de aninha de lã de aninho
E uma mulher que saiba,
Como ninguém anisar um beijo,
Preparar com anis uma boca,
Dar sabor de anis a uns lábios;
E me sentirei mais seguro que uma aninga,
Mais enraizado que uma aningaçu,
Planta da família das Aráceas,
Mais rígido do que uma aningapara,
Que vegeta às margens pantanosas das
Várzeas e dos lagos nas depressões
Do meu coração aningal, este terreno
Ocupado bosques por densos de aningas, que,
Passo tão desapercebido pela vida.

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