terça-feira, 4 de outubro de 2011

Quero mais é pôr-me em nicho; BH, 040502000; Publicado: BH, 0401002011.

Quero mais é pôr-me em nicho,
Alojar-me bem longe e distante,
Já que não gostam de mim;
Quero mais é anichar-me das mulheres,
Não sou uma anidrita, um mineral
Ortorrômbico, sulfato de cálcio anidro,
Impróprio para a fabricação de gesso,
Porém, próprio para outras propriedades;
Não sou anídrico e sem água,
Mas já que não querem beber
Na minha fonte de água fresca,
Sinto nada mais não poder fazer;
Por não perceberem o meu suor,
Por não me verem comer o pão,
Com o suor do meu rosto,
Todos me chamam de vagabundo;
É a anidrose que não me deixa suar,
É a ausência e a diminuição da secreção,
Do suor, que faz causar a impressão,
Que não sou de molhar a camisa;
E não me preocupo com isso,
Pois sei que escrevo,
Da mesma forma que Van Gohg,
Dali e Picasso pintavam;
E de repente sou até uma
Reencarnação desses três gênios;
Não sou um alienado anielado,
Esmaltado com nielo;
Não conheço a anielagem e
Nem a operação de anielar;
Não trago no coração o esmalte negro,
E sim o anilaçu anilado,
O arbusto da família das compostas,
Tinto, corado de azul, azulado,
Um desejo de firmamento animante,
Uma paixão que anima a resistir
Ao encobrimento do azul do céu,
E a encontrar um dia a felicidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário