quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A terra não está mais arada; BH, 0260602000; Publicado: BH, 0501002011.

A terra não está mais arada,
A terra não será mais lavrada com arado,
Não existe mais a aradura;
Tomaram a terra de quem nela trabalha,
A terra está nua, não existe mais arador;
Nem aquele que lavra, que ama, lavrador;
A falta de Reforma Agrária,
Faz a terra ficar órfã, de pai e mãe;
Acabou-se o araçazal também,
O terreno plantado de araçás e
Morreu-se o araçazeiro, árvore do araçá,
E o araçaeiro da araçazada do
Araçareiro doce, e todas espécimes
Das Aráceas, família de plantas
Monocotiledôneas, de flores nuas,
Reunidas em espigas, envolvidas
Por uma espata, e a que pertencem
Os tinhorões, as taiobas; a arácea
Parece que desapareceu completamente
E o araciuirá, ninguém mais ouviu falar,
Do pássaro da família dos Cotingídeos;
E quem procura o aracno, do grego
Arakhne, a araneida, e a aracnologia,
Anda escassa e remota; não se ver
Mais por aí aracnóide e nem nada
Semelhante à teia de aranha; só eu
Que estou a sofrer de aracnoidite,
Inflamação da aracnóide; e tão rara
É hoje a aracnologia, que ninguém
Quer estudar, especialmente a
Etomologia, e sumiu o aracnológico;
Sumiu até o arai: indígena da tribo dos
Arais, que habitavam os sertões
Situados entre o Araguaia e o Xingu;
Por fim, o progresso acabou com tudo.

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