quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sou um homem abdicante; BH, 0270501999; Publicado: BH, 0200702011.

Sou um homem abdicante,
Renunciei à minha dignidade,
Ao meu cargo,
E desisti de tudo,
Abandonei a própria vida;
Vou abdicar de ti,
Do amor e da paz,
E não quero mais saber,
De nada que acontece no mundo,
Com a humanidade, a raça humana,
E o ser humano;
A partir de hoje,
Sou um ser abdicável,
Posso e devo ser abdicado,
Até da comida e da água,
Do vinho e da bebida,
Do pão e do leite;
Deixar vazio o meu abdome,
A cavidade da fome,
Do meu corpo humano,
Eu mamífero voraz,
Não mandarei mais nada,
À região situada,
Entre o tórax e a bacia,
Onde em geral nos empanturramos;
Abdicarei do meu abdomem,
Mesmo que venha a morrer
De inanição no meio da rua;
Deixarei de lado,
Minha parte abdominal,
E tudo que pertence e se refere,
Para só lidar,
Com meu plano espiritual,
E elevar alma e mente,
À uma esfera superior,
Onde só os espíritos vagueiam.

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