sexta-feira, 17 de junho de 2011

Não me chameis de poeta; RJ, 0160401999; Publicado: BH, 0170602011.

Não me chameis de poeta
Pelo amor de Deus morro
De vergonha de medo se
For chamado de poeta não
Faço poesias nem faço
Poemas não faço ode nem
Elegias não crio versos
Alexandrinos quadras ou
Oitavas poeta é um ser
Supremo um ser que está
Além de toda hipocrisia
Que existe aqui poeta é o
Que deixa aquém toda
Infelicidade toda podridão
Que a humanidade produz
Não me chameis de poeta
Pelo amor de Deus
Chameis-me dalguma
Coisa tenho medo de
Existir tenho medo de ser
Não quero encarar a dura
Realidade dum poeta não
Crio coisas belas crio
Apenas versículos satânicos

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