A terra um dia vai morrer,
A terra um dia vai secar,
Perder o tesão e
O processo de reprodução;
E de nada vão adiantar,
A adubação e o adubador,
Com a adubagem completa,
Pois, não vai haver ressurreição;
E adubar é perder tempo e
Pôr adubo e fertilizar,
Temperar e condimentar;
Também é perder tempo,
A terra vai morrer e
Dela nada mais nascerá;
Já está curtida e
Não vai dá para consertar,
Não tem estrume suficiente,
Para salvar a terra; e
Enterrar tábuas, ou ripas velhas,
Encurvadas e que formavam
O corpo de tonéis e pipas; e
Nem em cada pedra que forma
O arco de minha abóbada e
Nem a cabeça cheia,
Ou faltosa de aduelas, ou
A cabaça do ser amalucado,
Que, ao não ter o bom juízo, no
Apelar e no dar uma de louco e
Começar a comer terra,
A ser enterrado vivo;
A terra vai morrer
E o culpado é o homem,
Que não sabe reconhecer
Que perdeu e nem sabe o valor
Que tem uma terra mãe.
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