quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Noturno Nº 40; BH, 0210702011; Publicado: BH, 060902012.

Divina tecnologia que nos escraviza,
Mina nossas forças e faz flácidos os
Nossos músculos e membros; divina
Tecnologia da era moderna, que
O homem não tem nem noção do
Que a capacidade pode desenvolver
E do que ela faz com a capacidade;
Tecnologia que nos mata aos poucos
E que nos torna eternos por alguns
Segundos; vai nos teletransportar,
Vai nos desintegrar aqui e nos
Reintegrar em outro lugar que
Queiramos pensar; viajaremos pelo
Tempo, canalizaremos e armazenaremos
Os raios das descargas elétricas e inda
Galoparemos à velocidade  da luz;
Maldita tecnologia que nos seduz, nos
Inibe diante da natureza e nos afasta
Da lua e do sol; nos priva da madrugada
E nos afasta do dia, do poema e da
Poesia; bendita tecnologia que pensa
Por nós e que nos resolve e revolve
Todos os nossos problemas e nos
Emburrece na frente das máquinas e
Nos faz de máquinas, de animais, de
Cobaias, de insetos e canibais; não
Precisamos mais dos sentidos, nem
Dos sentimentos e emoções; não
Teremos mais limites, privacidade,
Tensões; tudo a tecnologia ocupará;
Vida e morte; céu e inferno; guerra
E paz; é a tecnologia na sorte e no
Azar; a vida vai mudar; a morte vai
Mudar; o homem mulher e a mulher
Homem; não mais o homem macaco,
Ou o macaco homem: é a tecnologia,
A mais moderna tecnologia estúpido.

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