17/09/2012 às 8:05h
Quem tem medo de Lula?
Personagem central da vida política brasileira nos últimos quarenta anos,
Luiz Inácio Lula da Silva construiu sua trajetória na base da superação.
Retirante, venceu a pobreza extrema.
Sindicalista, desafiou a ditadura militar e organizou as greves do ABC.
Candidato à presidência da República desde 1989,
Ele enfrentou a desconfiança generalizada das elites até finalmente
Chegar ao poder, em 2002. Na presidência, consagrou-se ao deixar o
Palácio do Planalto com 70% de aprovação popular –
Inclusive da classe empresarial que, com Lula, enriqueceu.
Depois disso, Lula passou a ser convidado a dar palestras em
Vários cantos do mundo, recebendo cachês jamais inferiores a U$S 100 mil.
Lula estava, portanto, com a vida ganha.
Continuava sendo o principal ator político do
País e um homem, a cada dia, mais rico – e que, segundo muitos,
Poderia escolher se voltaria ao poder em 2014 ou 2018.
Luiz Inácio Lula da Silva construiu sua trajetória na base da superação.
Retirante, venceu a pobreza extrema.
Sindicalista, desafiou a ditadura militar e organizou as greves do ABC.
Candidato à presidência da República desde 1989,
Ele enfrentou a desconfiança generalizada das elites até finalmente
Chegar ao poder, em 2002. Na presidência, consagrou-se ao deixar o
Palácio do Planalto com 70% de aprovação popular –
Inclusive da classe empresarial que, com Lula, enriqueceu.
Depois disso, Lula passou a ser convidado a dar palestras em
Vários cantos do mundo, recebendo cachês jamais inferiores a U$S 100 mil.
Lula estava, portanto, com a vida ganha.
Continuava sendo o principal ator político do
País e um homem, a cada dia, mais rico – e que, segundo muitos,
Poderia escolher se voltaria ao poder em 2014 ou 2018.
Neste fim de semana, no entanto, Lula teve um choque de realidade. E foi despertado para o fato de que nada, em sua trajetória, veio de graça. Com a reportagem de capa de Veja, o ex-presidente foi alvejado por um típico golpe preventivo. Como a oposição sabe que não poderá derrotá-lo nas urnas em 2014, 2018 ou mesmo depois, o campo de batalha passou ser outro: o tribunal sumário dos meios de comunicação. Como se sabe, Lula passou a ser acusado de ser o chefe supremo do mensalão, no momento em que alguns de seus companheiros estão prestes a ser condenados. Ainda que a consistência da acusação seja questionável (uma “entrevista” sem fita negada pelo entrevistado), o que os opositores dizem a Lula é bem simples: “se voltar levará chumbo”. E isso significa ser alvo de um processo judicial que o colocaria numa espécie de impedimento político. Assim, no Brasil, tal como começa a acontecer em outros países latino-americanos, a disputa política passaria a ser decidida no tapetão, à la paraguaia.
O jogo dos adversários já está claro. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rege a orquestra sem perder a elegância, suas teses (como a da “herança pesada”) se espalham pelos meios de comunicação de corte mais conservador e José Serra range os dentes. De prontidão, talvez existam alguns procuradores dispostos a apresentar uma denúncia contra o ex-presidente Lula, ancorados na mais recente denúncia de Veja ou na delação de Roberto Jefferson – que passou a acusar Lula de ser o “mandante” do mensalão.
O que ainda não se sabe é como Lula irá reagir. Neste momento, ele começa a voltar aos palanques. Já esteve em Belo Horizonte e Salvador. Pediu aos militantes petistas que voltassem a vestir a camisa. Mas qual será sua estratégia de guerra – se é que há uma? Diante da ameaça de um processo, como Merval Pereira anunciou hoje em sua coluna no Globo, Lula pode decidir se apequenar e recolher-se à aposentadoria em São Bernardo do Campo. Em seguida, o alvo passaria a ser a presidente Dilma Rousseff.
Lula tem ainda a alternativa de sair da zona de conforto e voltar a ser o Luiz Inácio Lula da Silva da década de 80, que não apenas encantava multidões, mas também sabia confrontar seus adversários. Hoje, os personagens que querem destruir o lulismo são cada vez mais claros, como também foram aqueles que combateram outros governos trabalhistas na história do Brasil e da América Latina.
A luta levou Lula ao poder – e, depois, à glória.
A covardia não reserva um bom futuro nem a ele, nem ao PT.
A covardia não reserva um bom futuro nem a ele, nem ao PT.
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