Literatura e política. COLABORE, PIX: (31)988624141
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Casimiro de Abreu, Perfume de Amor; BH, 0210902012.
Na primeira folha dum Álbum
A flor mimosa que abrilhanta o prado
Ao sol nascente vai pedir fulgor:
E o sol, abrindo da açucena as folhas,
Dar-lhe perfumes - desejar-lhe amor.
Eu que não tenho, como o sol, seus raios,
Embora sinta nesta fronte ardor,
Sempre quisera ao encetar teu álbum
Dar-lhe perfumes - desejar-lhe amor
Meu Deus, nas folhas deste livro puro
Não manche o pranto da inocência o alvor,
Mas cada canto que cair dos lábios
Traga perfumes - e murmure amor.
Aqui se junte, qual num ramo santo
Do nardo o aroma e da camélia a cor,
E possa a virgem, percorrendo as folhas,
Sorver perfumes - respirar amor.
Encontre a bela, caprichosa sempre,
Nos ternos hinos d'infantil frescor,
Entrelaçados na grinalda amiga
Doces perfumes - e celeste amor.
Talvez que diga, recordando tarde
O doce anelo do feliz cantor:
- Meu Deus, nas folhas do meu livro d'alma
Sobram perfumes - e não falta amor!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário